Membros do Movimento “Pedágio Não” se reúnem com prefeito de Mogi

Movimento Pedágio Não em reunião com o prefeito de Mogi das Cruzes

Os integrantes do Movimento “Pedágio Não” participaram na tarde de terça-feira (10) de uma reunião com o prefeito de Mogi das Cruzes, Marcus Melo, em seu gabinete, para confirmar a sua posição contrária em relação à instalação do pedágio na rodovia Mogi-Dutra (SP-88) e pedir o seu apoio nesta iniciativa de mobilização social.

Durante o encontro, Melo reiterou que é contra o pedágio na Mogi-Dutra. “Já me posicionei, de forma bem transparente, contrário ao pedágio, inclusive com o envio de documento para a Artesp, oficializando este posicionamento. Como prefeito, como cidadão e como mogiano, sou contra, e vou pedir uma audiência com o vice-governador para ajudar o grupo neste sentido. Não é uma coisa fácil, mas vou formalizar esse pedido, pois, apesar de termos afinidade partidária com o governo de São Paulo, eu vou defender os interesses dos mogianos. É importante que toda a sociedade se mantenha unida nesta luta e que outras entidades se agreguem a esta mobilização”, afirmou.

 

Além disso, o prefeito revelou que foi eleito e já assinou como presidente do Consórcio de Desenvolvimento do Municípios do Alto Tietê (Condemat), e uma das bandeiras que vai levar para o ano que vem é continuar com a luta contra o pedágio: “É mais uma instituição que compõe o Movimento, com a participação de todos os municípios integrantes.” Os 12 prefeitos que fazem parte do Consórcio já assinaram um documento contrário à medida.

 

De acordo com o vice-prefeito, Juliano Abe, já existe um movimento político sendo feito, com a posição contrária de vereadores, prefeitos e deputados. Também tem o movimento administrativo, que é feito pelo próprio prefeito em relação à aprovação ou veto, por exemplo, de documentos. “Nós vamos fazer a nossa parte, como prefeitura, mas também cabe à sociedade civil continuar fazendo a sua, por isso esse engajamento que estão fazendo é importante para que se perdure o movimento”, disse.

 

O presidente da Aeamc, Nelson Bettoi Batalha Neto, aproveitou a oportunidade e pediu que o prefeito e o vice-prefeito assinassem o abaixo-assinado contra o pedágio. Também foi feito um convite ao prefeito para a grande manifestação marcada para o próximo sábado, dia 14, às 10 horas, no Ginásio Municipal de Esportes “Professor Hugo Ramos”, de onde sairão a carreata, com buzinaço, em direção ao quilômetro 45 da Mogi-Dutra, onde terá uma grande manifestação.

 

Estiveram presentes no encontro representantes da Associação dos Adquirentes de Lotes em Aruã, da Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Mogi das Cruzes (Aeamc), da Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC), do Sindicato Rural de Mogi das Cruzes e a coordenadoria das lojas maçônicas da região.

 

Segundo o presidente da Associação dos Adquirentes de Lotes em Aruã, Luis Bonora, o prefeito já estava engajado, mas demonstrou estar ainda mais agora. “O movimento só ganha com essa atitude do prefeito. Só o fato de ele ter recebido a gente aqui, foi muito bom”.

 

Para um dos integrantes do Movimento Pedágio Não, Paulo Boccuzzi, foi possível ver na reunião que existe a necessidade de se trabalhar em três pontas: administrativo, político e social. “Então nós vamos fazer a nossa parte”, disse. Quanto à ação de sábado, a sua expectativa é muito boa, mas ainda há muito trabalho a ser feito até lá para garantir uma grande participação da população. “Mas se todas as instituições contribuírem da forma que estão engajadas, acho que vamos conseguir um bom público e, com isso, passar a informação”, completou.

 

Já o presidente da Aeamc disse que todos já sabiam da posição do prefeito, mas muita gente ainda estava achando que ele estava omisso sobre o assunto. “Entretanto, ele está fazendo a sua parte e representando todos como prefeito, tanto que propôs marcar uma reunião com o vice-governador e isso foi muito importante. Também temos agora o apoio da loja maçônica “Ricardo Strazzi” e do Rotary de Mogi para fortalecer ainda mais o movimento”, falou.

 

O presidente da Loja Maçônica Lealdade e Sabedoria “Ricardo Strazzi”, André Marcondes Carvalho, também esteve presente e disse que a maçonaria sempre apoia as ações que são de interesse de cunho social, principalmente dos moradores da cidade e que, com certeza, o que está sendo feito é muito importante para desmobilizar a intenção do governo estadual em relação à instalação de pedágios na reunião. “A gente entende que esse movimento é muito válido e tem de ser encampado também pelas lojas, pois elas têm uma força de disseminação e formação de opinião junto à sociedade, e a família maçônica consegue se engajar nesses movimentos, apoiando os membros da maçonaria”, ressaltou.

 

A novidade agora é um encontro agendado pelo grupo na sede da Artesp, no próximo dia 18, quando este discutirá o tema com representantes da Agência.

 

Buzinaço

Os membros do Movimento “Pedágio Não” estão organizando uma grande carreata, com buzinaço, para o próximo sábado, dia 14, às 10 horas. A concentração será realizada em frente ao Ginásio Municipal de Esportes “Professor Hugo Ramos”, de onde todos seguirão até o quilômetro 45 Mogi-Dutra (SP-88), para uma manifestação contra a instalação de um pedágio na rodovia, conforme prevê o projeto da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). A expectativa é dobrar o número de participantes da primeira carreata, que reuniu cerca de 350 veículos.

 

O grupo, inicialmente formado por moradores do Condomínio Aruã, se fortaleceu ainda mais com a participação da Aeamc, da ACMC, do Sindicato Rural de Mogi das Cruzes, do Sincomércio e do Ciesp Alto Tietê, assim como dos condomínios Aruã Brisas, EcoPark e Lagos, e moradores dos bairros da divisa, como Taboão, Moralogia, Piatã I e II, Novo Horizonte, Jardim Margarida, Chácara Guanabara, entre outros.

 

Ações

A primeira carreata, com buzinaço, foi organizada pelos moradores do Condomínio Aruã e ocorreu no dia 26 de outubro, de forma pacífica, saindo do km 45 até o bairro da Ponte Grande. Durante a manifestação, os motoristas bloquearam a Mogi-Dutra, mas ficaram parados por pouco tempo.

Além disso, outras ações foram realizadas, já com o apoio das entidades participantes, como adesivaços em alguns pontos da cidade: na saída da Mogi-Dutra, na rotatória que dá acesso ao Condomínio Aruã e na rotatória da Praça do Habib’s.

Nos dois últimos sábados, dias 30 de novembro e 7 de dezembro, a Aeamc montou uma tenda no Largo do Rosário, na área central da cidade, para fazer a coleta de assinaturas para um abaixo-assinado. No primeiro dia, foram coletadas cerca de mil assinaturas. Já no segundo dia, foram mais de duas mil. A expectativa é recolher cinco mil assinaturas até o começo de janeiro de 2020, quando deverão enviar o abaixo-assinado ao governador de São Paulo, João Doria.

Há, ainda, um abaixo-assinado online com mais de 30 mil adesões, podendo ser acessado pelo link https://www.change.org/p/jo%C3%A3o-d%C3%B3ria-jr-diga-n%C3%A3o-ao-ped%C3%A1gio-na-mogi-dutra-pedagionamogidutranao

As iniciativas também têm o objetivo de conscientizar as pessoas dos prejuízos que um pedágio vai trazer para Mogi das Cruzes como um todo, afetando não só a mobilidade e a acessibilidade, mas o comércio em geral, o escoamento agrícola, o custo com transporte, empregos, etc.

 

MP

A Aeamc e os condomínios do Complexo Aruã também protocolaram um ofício no Ministério Público pedindo a anulação da audiência pública realizada em Mogi das Cruzes, no dia 21 de outubro, afirmando que ela não atendeu aos requisitos de uma audiência pública. As entidades aguardam resposta do MP.