Reindustrialização reduz dependência externa

Neste mês (setembro) é celebrado o bicentenário da Independência do Brasil. A data é um marco para a história do país, além de ser um momento de analisar a evolução da economia brasileira nos últimos anos, incluindo o desempenho da indústria, que tem enfrentado um processo de desindustrialização. O movimento, que impacta nos resultados econômicos, tem raízes na própria
trajetória brasileira.

Uma das saídas para reverter o quadro são investimentos em políticas industriais modernas, com foco em tecnologia e sustentabilidade, projetos que passam pela expertise de arquitetos e engenheiros de diversas áreas.

Segundo levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas entre 2013 e 2020, o Brasil perdeu 30 mil indústrias de transformação. Atualmente, elas respondem por quase 30% do total de impostos arrecadados no Brasil, mas o segmento que chegou a representar mais de 27% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, hoje compõe apenas 11%.

Olhando em perspectiva, desde 1822, ano da Independência brasileira, a indústria já integrava os setores econômicos. Na época, a Revolução Industrial havia ocorrido e o Brasil tinha a Inglaterra como um dos principais parceiros econômicos. “Neste período enviávamos matéria-prima para serem beneficiadas na Europa e 200 anos depois ainda continuamos. Hoje,
exportamos, por exemplo, soja para a China, mas não o óleo de soja, produto com maior valor agregado”, destacou o diretor do Sistema Fiesp/Ciesp no Alto Tietê, José Francisco Caseiro.

O diretor ressaltou que a contribuição da exportação de produtos primários é inegável para a economia. “No entanto, com isso, sofremos uma grande dependência do ciclo das commodities,  quando estão em alta a economia vai bem, quando não, há as crises. Por isso, é importante investir na reindustrialização, assim, as matérias-primas são beneficiadas aqui, negociadas por valores maiores lá fora e evitamos uma dependência excessiva do mercado externo”, pontuou.
(Foto: José Paulo Lacerda/CNI)

Destaque da edição 65 da Revista Profissionais em Foco. Acesse a edição completa, clicando AQUI.