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Plano municipal de drenagem como solução para os centros urbanos – Artigo Joni Matos Incheglu 10/10/22

 

 

 

*Eng. Civ. Joni Matos Incheglu

O plano de drenagem tem por objetivo definir as estratégias e as medidas necessárias para enfrentar os efeitos das inundações por ocasião das chuvas intensas. Por meio da secretaria de planejamento urbano e habitação, a prefeitura de Suzano apresentou, no dia 18 de novembro deste ano, o plano municipal de drenagem e manejo de águas pluviais.

A iniciativa se destaca pois impacta diretamente nos pavimentos de ruas, guias e sarjetas, bocas de lobo, galerias de drenagem, sistemas de retenção e infiltração nos lotes e pavimentos, entre outros. Estas atividades envolvem o Sistema Confea/Mútua nas suas mais diversas modalidades na área de engenharia, agronomia e geociências, de forma a auxiliar os órgãos públicos em suas tomadas de decisão.

Dentre os vários objetivos deste plano podem ser destacados a atualização da base cartográfica, identificação e análise das áreas de risco, diagnóstico e prognóstico da macro e microdrenagem do município e elaboração de um manual de manejo de águas pluviais.

É crucial a necessidade de enfrentar os problemas oriundos da obstrução de canais e galerias por lixo e entulho, característica perceptível em grandes centros urbanos que vivenciam a ocupação desordenada das cidades. Neste sentido, este cenário também vem acompanhado de um acentuado processo de impermeabilização do solo, o qual compromete a infiltração das águas de chuva e potencializa as possibilidades de alagamentos.

Esta realidade ainda acentua a preocupação em relação à condução destas águas para rios e lagos, uma vez que a carga de poluentes resulta em doenças como dengue e leptospirose. Um outro problema que pode ser contemplado são as áreas de risco, as quais também são afetadas pelo acúmulo e manejo incorreto das águas pluviais.

A implementação de um plano de drenagem e manejo de águas pluviais, por sua vez, tem como consequência uma série de benefícios para a sociedade, poder público e meio ambiente. A redução de custos em manutenção de vias públicas, escoamento eficiente das águas, a valorização das áreas que contam com sistema de drenagem, mitigação de riscos, perdas de vidas e danos às propriedades, e a redução de doenças estão entre os benefícios almejados.

Além disso, o maior controle e mapeamento sobre as áreas de risco em encostas também se consolida como resultado eficiente. É importante salientar que a implementação deste plano implica em uma análise detalhada el requer a atualização constante de informações, classificação do grau de risco e avaliação de prováveis intervenções de engenharia.

Por ser um planejamento de grande complexidade, necessita de um efetivo envolvimento do poder público, responsável por disponibilizar as informações sobre as características demográficas da população, zoneamento urbano, malha viária, dados sobre abastecimento de água e esgotamento sanitário, registros sobre ocorrências de fundações, apoio logístico nos trabalhos de campo, critérios sobre as priorizações e divulgação dos resultados.

A interação com os cidadãos e entidades da sociedade civil é fundamental para reconhecimento deste processo. Cartilhas explicativas, seminários e reuniões para coleta de informações estão entre as ações fundamentais para este fim.

A partir deste plano é possível subsidiar os estudos referentes a um planejamento urbano mais amplo, passando por temas como mobilidade, urbanização, impactos ecológicos, conhecimento social, sustentabilidade e o papel da engenharia, agronomia e geociências em prol da qualidade de vida da população.

 

 

*Eng. Civ. Joni Matos Incheglu, conselheiro do Crea-SP