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Gestão de projetos: transformando ideias em realidade

Banco de Imagens Freepik

O gerenciamento de projetos vai muito além de um conjunto de processos burocráticos, como destaca a vice-presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (Crea-SP), Eng. Civ. Lígia Marta Mackey. Segundo ela, “trata-se de metodologias que permitem transformar ideias em realidade”.

A engenheira civil destaca o planejamento na construção civil como essencial para o sucesso do empreendimento: “Assim há um controle efetivo sobre a realização da obra dentro dos parâmetros, o que evita perdas, desperdícios e atrasos. A gestão de um projeto de obras está baseada em três pontos principais: orçamento, cronograma físico-financeiro e o controle de execução”.

Entre as novas ferramentas e softwares utilizados para facilitar a gestão de projetos, permitindo o acompanhamento e planejamento mais adequados de cada etapa de uma obra, a vice-presidente cita o BIM (Building Information Modeling), como uma das tecnologias capazes de potencializar a eficiência de uma construção porque busca aproximar o projeto da obra real com base na virtualização de elementos.

“A metodologia do BIM é colaborativa, ou seja, integra todos os participantes do empreendimento durante o ciclo de vida da construção, compatibilizando informações dos projetistas de todos os segmentos da obra. Assim, é possível acompanhar o projeto, o planejamento e as ferramentas utilizadas, para um resultado mais satisfatório”, salienta a vice-presidente do Crea-SP.

Formação

No caso da gestão de projetos na área da construção civil, além da graduação em Engenharia Civil e atualização contínua dos conhecimentos técnicos, a engenheira defende que é importante que o profissional desenvolva as soft skills, habilidades cada vez mais necessárias no mercado, referentes às relações pessoais, como inteligência emocional, gestão de tempo, postura de inovação e liderança, entre outras.

“Importante, também, que o gerente de projetos possua uma visão integrada de todos os trabalhos e recursos envolvidos naquele projeto, facilitando a tomada de decisão. Assim, é possível realizar a gestão dos recursos, riscos e equipes, conforme a necessidade”, afirma.

Também é necessário que o profissional saiba analisar os projetos para identificar os desafios e gargalos, além do monitoramento constante de todas as etapas para que haja tempo hábil para eventuais intervenções e mudanças de rota. “O processo de avaliação acontece durante todo o ciclo de vida do projeto e, por isso, é possível fazer essas alterações no decorrer da sua execução. Como citado anteriormente, um aliado para a antecipação de eventuais problemas é o BIM”, reforça Lígia Mackey.

Meio Ambiente

A previsão da Organização das Nações Unidas (ONU) é que até 2030, 70% da população mundial esteja vivendo em cidades. De acordo com a vicepresidente do Crea-SP, este crescimento gera uma enorme demanda no setor da construção, especialmente por espaços que sejam mais integrados com o meio ambiente e as pessoas, e prevejam a sustentabilidade em todos os aspectos: desde o início da obra até a sua conclusão e utilização final. “Como profissionais da Engenharia, precisamos estar atentos às tendências de construção sustentável, visando o futuro das próximas gerações. Há diversas possibilidades simples de serem agregadas na construção civil, como reuso de água na obra, plantio de mudas no canteiro para a criação de microclimas, e a reutilização de materiais de construção”, lista a engenheira civil.

A responsabilidade social também se tornou uma parte fundamental do gerenciamento de projetos. Como destaca Lígia Mackey, “atualmente, os consumidores estão atentos e preocupados com o impacto de suas escolhas para o futuro, o que reflete diretamente nas ofertas do mercado”.

Espaços urbanos 

Uma das possibilidades inteligentes para recuperar espaços urbanos, citada pela vice-presidente do Crea-SP, é o retrofit, processo de adequação de prédios, respeitando suas características originais. “É um formato que tem sido amplamente utilizado, inclusive em habitações sociais. A primeira entrega do programa Pode Entrar (Lei nº 17.368/21), do governo de São Paulo, será a transformação de um prédio em habitação social através do retrofit: trata-se do Edifício Prestes Maia, no bairro da Luz, centro de São Paulo, que, antes de se tornar a maior favela vertical da América Latina, abrigava uma loja de tecidos em meados de 1950. Agora, em 2022, o prédio passa por uma reforma para se transformar em um condomínio com 287 unidades habitacionais que acomodarão as 60 famílias que, atualmente, vivem na ocupação”.

Lígia Mackey salienta que serão necessárias adaptações técnicas para cumprir as normas e legislações vigentes, desde a parte hidráulica e elétrica à instalação de elevadores e construção de paredes. “Medidas como essa impactam diretamente a comunidade e seu entorno, além de cumprir um papel importante ao revitalizar a paisagem do centro”, conclui.

Leia mais em DIFERENCIAIS DAS HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL e PLANEJAMENTO É ETAPA FUNDAMENTAL DA GESTÃO

Destaque da edição 66 da Revista Profissionais em Foco. Acesse a edição completa, clicando AQUI.