Integrantes do Movimento Pedágio Não, o qual conta com a participação da Aeamc, participaram de uma reunião, dia 18 de dezembro, com a diretoria da Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp), para discutirem sobre o projeto que prevê a instalação de um pedágio na rodovia Mogi-Dutra (SP-88), na altura do quilômetro 45.
O encontro foi realizado na sede da Artesp, em São Paulo, e contou com a presença do presidente da Aeamc, Nelson Bettoi Batalha Neto, dos representantes da Associação dos Adquirentes de Lotes em Aruã, da Associação de Moradores da Capelinha e do Sindicato Rural de Mogi das Cruzes, a engenheira Jane Hallage, entre outros convidados. Em relação à Agência, participaram: a diretora de Assuntos Institucionais, Renata Perez Dantas, que está respondendo pela Diretoria Geral; o diretor de Operações, Alberto Silveira Rodrigues; o assessor do Diretor Geral, Rodrigo Vilaça; o assessor parlamentar, Fernando Watanabe Hurtado; o diretor de Procedimentos e Logística, Sebastião Ricardo Carvalho; e o diretor de Investimentos, Pedro da Silva Brito Junior, respondendo também pela diretoria de Controle Econômico e Financeiro.
A recepção da diretoria da Artesp demonstrou interesse e preocupação com o movimento contrário ao projeto. Todos os diretores receberam o grupo bem e acompanharam com atenção e até com certa sensibilidade em ouvir e discutir sobre todos os argumentos apresentados pelo Movimento, que teve espaço para manifestar suas questões relacionadas à parte técnica, financeira e social e toda a limitação do projeto, elencando os impactos e prejuízos que este poderá causar à Mogi das Cruzes.
Na reunião, a diretoria da Agência informou que mais de 400 manifestações foram recebidas e ainda estão sendo analisadas, e que o parecer final deve ser divulgado até o fim de janeiro. Além disso, em alguns momentos em que foram mais incisivos, os diretores chegaram a aventar a hipótese de retirada do pedágio, tendo em vista que a posição dos moradores da região é levada em consideração para o posicionamento final, exemplificando, inclusive, casos nos quais esta foi a decisão em razão da reprovação pública.
Por isso, as ações do Movimento Pedágio Não devem e vão continuar para fortalecer ainda mais o grupo e reforçar que a população da cidade é realmente contra esta cobrança. “As nossas reivindicações levadas e apresentadas na reunião também vão fazer parte desse estudo de viabilidade, que é extraído das audiências públicas e da consulta pública. Eles vão concluir o projeto e enviar para o governador, que é quem tem a decisão final”, confirmou o presidente da Aeamc, Nelson Bettoi Batalha Neto, que ainda lembrou sobre as condições difíceis da serra da Mogi-Bertioga, que precisaria de um grande investimento para ficar segura, mas que não está previsto nada no projeto de fazer alguma contenção neste local. “Como vão passar para uma empresa administrar este trecho, vai ter que ser feito algum investimento depois, e quem vai pagar será nós. Este tipo de obra é uma prestação de serviço, que a empresa terá de cumprir, e será muito dinheiro investido.”
O professor Paulo Boccuzzi, que é um dos líderes do Movimento Pedágio Não e morador do Condomínio Aruã, disse que não dá para saber qual vai ser o resultado disso, mas tem a impressão de que a presença do grupo foi válida para ajudar no sentido da mudança: “Eu acredito que é uma briga muito dura e não temos como saber qual vai ser o resultado, mas, sem dúvida, ganhamos alguma chance no sentido de conquistar o nosso pleito. Com essa reunião, completamos um ciclo, porque fizemos algumas manifestações populares, conversamos com o prefeito e com deputados federais e estaduais, e agora conseguimos essa oportunidade de conversarmos com todo o departamento técnico, ou seja, abraçamos a questão social, polícia e técnica. Agora, é questão de aguardar o posicionamento da Artesp em janeiro. A partir daí, é que poderemos estabelecer novas metas, caso isso venha a ser necessário.”
O presidente do Sindicato Rural de Mogi das Cruzes, Gildo Saito, disse que deram um passo muito válido: “Demos o nosso recado e o mais importante é que eles vieram em peso nos ouvir.”
Já o presidente do Aruã, Luis Bonora, revelou que os representantes da Artesp foram taxativos quanto aos bairros, dizendo que não podem ficar isolados. “Por isso, a possibilidade da instalação do pedágio não acontecer é real, mas precisamos continuar mobilizados”, disse.
Apesar de os membros do Movimento terem saído com a esperança – não muito otimista – de que seja possível inviabilizar o projeto, eles puderam identificar que nada está decidido ainda e que quem tomará realmente as decisões será o Governo do Estado, uma vez que todas as melhorias previstas no projeto só serão possíveis com o dinheiro arrecadado do pedágio, e que, sem pedágio, neste caso, não existiria projeto. A previsão de cobrança estabelecida para a praça de pedágio está entre R$ 8,50 e R$ 10,50, conforme projeto.