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O uso do geoprocessamento na Engenharia Ambiental – artigo Ana Sandim 16/03/2022

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ana Maria Abreu Sandim
Engenheira Ambiental

O geoprocessamento é cada vez mais utilizado nas Engenharias que se validam desta para a elaboração de cadastros de lotes, áreas ou glebas, que podem ser urbanos, rurais ou ambientais. E também é uma ferramenta utilizada pela Engenharia Ambiental, sendo uma vertente do geoprocessamento, que pode gerar informações a partir de dados georreferenciados ambientais relacionados aos componentes físicos, bióticos e antrópicos de uma determinada área  ou região em estudo.

O seu objetivo é fornecer ferramentas computacionais para diferentes analistas, para que determinem as evoluções espacial e temporal de um fenômeno geográfico. Assim como as inter-relações entre diferentes fenômenos num mesmo espaço geográfico podem ser alvos de estudo.

A aplicação do geoprocessamento ambiental pode ser feita por diferentes usuários, em diferentes esferas, desde órgãos governamentais, entidades, empresas, pessoas ou profissionais. E para utilizá-lo em projetos ambientais, requer técnicas de integração de dados. Isso porque é impossível compreender os fenômenos ambientais sem analisar os seus componentes. As três das principais aplicações são: mapeamento temático, estudos de impacto ambiental e ordenamento territorial.

O mapeamento temático ou Cartografia servem para caracterizar e compreender a organização de um determinado espaço, gerando informações geográficas de um ou mais fenômenos físicos ou sociais, como a localização geográfica de uma área ou região ou mapas  geológicos, pedológicos (de solos), de cobertura vegetal ou climáticos. E podem ser usados como modelos de mapas temáticos em previsão, como de evolução de um processo de cobertura vegetal em uma determinada região, onde houve plantio, ou de uma área de recuperação ambiental de cobertura vegetal.

Eu uso em Diagnóstico Ambiental ou Avaliação de Impacto Ambiental, utilizados no Estudo de Impacto Ambiental (EIA), sendo, atualmente, uma exigência legal para a realização de empreendimento de interesse econômico ou social que implicará em intervenções físicas e impactos ambientais negativos, como no caso de projetos de aproveitamento de recursos naturais (fauna e flora), como a água, agricultura ou agropecuária em áreas rurais ou em áreas urbanas, e em empreendimentos habitacionais, estradas, ruas que interfiram em um recurso natural. Ou seja, em todas as atividades modificadoras do meio ambiente.

Também podemos usar em Diagnóstico Ambiental da área a ser influenciada do empreendimento, por uma descrição completa e abrangente dos recursos ambientais dos meios físico (clima, geologia,  qualidade do ar, recursos hídricos etc), biótico (fauna, flora, vegetação e serviços ecológicos) e antrópico (todas as alterações que já realizamos no meio ambiente e que, em geral, fazem parte da infraestrutura, uso e ocupação de solo, tanto urbana quanto rural, organização social, dinâmica populacional e economia).

E, com isso, fazemos a Avaliação Ambiental (AIA), que é um instrumento de caráter preventivo e faz parte dos EIAs, o qual nos auxilia na seleção de alternativas de projetos viáveis em termos ambientais.

Para tanto, também utilizamos outras fontes secundárias: imagens de satélite, mapas de solo e de bacias hidrográficas, dados censitários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dados econômicos do Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada (IPEA) e dados climáticos do Instituto de Pesquisa Espacial (INPE).

O Ordenamento Territorial, que está ligado à administração pública, onde o objetivo é normatizar a ocupação do espaço e relacionar a gestão ambiental do território (como exemplo, o município), é usado no zoneamento pedo-climático e no zoneamento ecológico-econômico, racionalizando o uso de recursos naturais e as atividades extrativistas, como um porto de areia.

Os engenheiros ambientais precisam escolher as variáveis explicativas – tipo de mapas de hidrologias e o uso da água – ou preditoras, como solo, regime de chuvas, vegetação e geomorfologia, e determinar qual a importância de cada uma delas em seu trabalho.

No entanto, as limitações no trabalho com geoprocessamento, mesmo tendo uma grande possibilidade de processar dados ambientais e atender a vários tipos de projetos, temos de reunir estas fontes com o uso coordenado de um Sistema de Informação Geográfica (SIG), que permite caracterizar a forma de organização de um determinado espaço. O SIG captura, armazena, analisa e imprime dados georreferenciados ou espaciais.

Existe, atualmente, uma abundância de dados, mas a sua interpretação e o uso combinado da ferramenta de geoprocessamento ambiental e suas possíveis combinações em cada caso, dará ao engenheiro ambiental suporte para o processo de tomada de decisão e aplicação em um projeto ambiental.