Jean Leite
Engenheiro Civil
Várias são as definições de segurança quando o termo é buscado nos meios de pesquisas mais comuns, mas todos confluem para um mesmo objetivo, que é a condição de estar isento de riscos, perigos, protegido de danos etc. De qualquer forma, o que vale é que este termo deve estar na mente de todos diuturnamente, para qualquer atividade que for desempenhada a qualquer tempo.
Segurança contra incêndios e emergências, mais conhecida como Segurança Contra Incêndios, é uma das divisões relacionadas diretamente à vida das pessoas, à proteção do meio ambiente e do patrimônio.
Vários são os profissionais que atuam nas diversas áreas dessa divisão de segurança, que vão desde o planejamento, projeto até o treinamento, execução e estudo de causas. Mas, antes de mais nada, o profissional de segurança deve ser um especialista em pessimismo, pois deve antever, onde e no que quer que seja, os riscos que podem levar desde pequenos contratempos a grandes catástrofes.
A segurança contra incêndios vem, ao longo dos tempos, sendo encarada no Brasil como um custo nos projetos e obras de toda espécie, um gasto sem muito sentido à vista da maioria dos que investem, principalmente em edificações, shows, eventos etc.
Isso vem mudando aos poucos, mas o ritmo ainda é muito lento. No entanto, é uma questão cultural que depende de muitas coisas acontecerem para que se tenha a devida e objetiva atenção sobre ela.
Infelizmente, na grande maioria das vezes, a atenção necessária sobre o assunto vem após uma ou mais tragédias relacionadas ao assunto, mesmo assim, os profissionais da área lutam contra um problema muito sério, que é a memória curta da população e das autoridades.
No Estado de São Paulo, a legislação relativa à segurança contra incêndios precisou de duas grandes catástrofes em sequência para que viesse a sair do papel e se tornar regramento oficial de exigências para a segurança dos usuários de edificações. Essas catástrofes foram o incêndio do Edifício Andraus (1972 – com 16 mortos) e do Edifício Joelma (1974 – 188 mortos). Nessas duas ocorrências, se já houvesse quaisquer sistemas de proteção contra incêndios, passivos ou ativos, instalados e em funcionamento nas edificações, certamente o resultado poderia ser menos dramático.
De qualquer forma, mesmo frente a esses dois trágicos exemplos, somente dez anos depois passamos a ter uma legislação referente à proteção contra incêndios, sob responsabilidade dos profissionais do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo em sua formulação e com apoio de profissionais especialistas nos diversos aspectos dos sistemas envolvidos.