Mogi 50, 500 ou 5000 anos (Arq. Paulo Pinhal)

O sonho de todo administrador é ser lembrado por gerações. Temos exemplos em nossa cidade de Mogi das Cruzes dos ex-prefeitos: Dr. Deodato Wertheimer, que além de fundar a primeira maternidade da cidade, lançou planos para construção das estradas para Salesópolis, Santa Branca, Santa Isabel e a São Paulo, tudo isto em meio a uma epidemia da gripe espanhola, e o outro
prefeito memorável, Waldemar Costa Filho que por sua conduta autoritária inaugurou em maio de 1972, há 50 anos atrás a Rodovia Mogi- Dutra, que colocou a cidade no ritmo de progresso, sem contar o sonhos dos mogianos que era a Rodovia Mogi-Bertioga.

A atual administração precisou buscar ajuda do empreendedor Guilherme Cavalcanti, que foi coordenador do programa Recife 500 anos, pois os técnicos mogianos que fizeram com competência o “Mogi 2040”, em 2016, do ex-prefeito Marco Bertaiolli, e os profissionais que consumiram um grande de número de horas e dedicação para elaborar o atual Plano Diretor participativo com a população, plano este premiado pelo IAB – Instituto dos Arquitetos de Mogi, foram deixados em segundo plano, menosprezando todo o trabalho técnico profissional
e valorizando os aspectos políticos.

Se quiser fazer acontecer o Mogi 500 anos, deve começar criando um escritório de Plano Diretor dentro da Prefeitura com uma equipe multidisciplinar. Deve ouvir mais o que os Conselhos existentes na cidade têm para contribuir. Os Conselhos, pela constituição, além de obrigatório são as ferramentas onde os cidadãos ficam mais próximos do Poder público. Se a administração municipal não escutar o que os Conselhos têm para falar de maneira legítima e não apenas para cumprir a legislação, já será um grande passo para a Mogi 500 anos.

No formato apresentado, além de ser um evento político e vindo de cima para baixo, está fadado ao fracasso, por falta de raiz.

Destaque da edição 64 da Revista Profissionais em Foco. Acesse a edição completa, clicando AQUI.